Sunday, January 15, 2006

Ainda falando de ti

A maneira como te vejo neste momento é muito diferente. Já não me levas com esse teu sorriso de criança. Agora olho para ti e vejo alguém infantil. A tua distracção que eu achava tão doce e ingénua neste momento é a causa da irritação que sinto cada vez que passo por ti, por me pareceres demasiado alheado das coisas. O teu mundo, no qual eu sonhava e desejava entrar agora revolta me, pois vejo o como algo fechado, que tu não abres a nada nem a ninguém. Esse teu ar que antes me trazia tanta força, que me fazia levantar todos os dias só para o ver e sentir me nele, provoca me agora uma certa tristeza. Como pude iludir me tanto? Se ainda tinha esperança em poder sentir de novo o teu sorriso em mim, agora só sinto o teu olhar pousado nos meus movimentos. Um olhar que eu não consigo descodificar por ser tão envolto em sombra e penumbra.
O que eu achava brilhar, o que eu achava iluminar está escondido, bem fechado no seu mundo e ainda para mais, envolto numa muralha que eu não consegui transpôr. Vê se te abres ao mundo e às pessoas que se cruzam contigo todos os dias, de vez em quando ou talvez só uma vez. Quando o conseguires, aí sim, já não será em vão o que eu senti. Já poderei olhar para ti e dizer com orgulho que um dia inspiraste me a ser melhor e fizeste me sonhar com finais felizes.

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