Janelas.
Todos os fins de tarde sento me à janela. É quase um ritual meu, algo sagrado que todos os dias procuro fazer. Faz me sempre muito bem, mas aprecio ainda mais este meu momento no Verão, pois é por volta desta hora do dia, durante esta estação, que o ar fresco pelo qual todos anseiam repousa finalmente sobre a relva, o ar, as pessoas, as casas e os carros.
Nestes mesmos fins de tarde, há algo curioso. Alguém que vejo da minha janela todos os dias, à mesma hora em que por lá me sento. Todos os dias, à mesma hora, lá estás tu. Sinto uma certa confiança, e como tal já te trato assim. E é engraçado como gosto de falar contigo, ainda que ao longe e ainda que seja pelo olhar. Sim, também estás a olhar para mim.
Parece me que tens exactamente o mesmo hábito há vários anos, tal como eu. Só não sei se ligas a aparelhagem e colocas lá os teus melhores cds e danças com o pensamento a esta hora. Eu costumo fazer isso, devias experimentar! Também não sei o que fazes nem como te chamas. Às vezes gosto de te imaginar Diogo pintor ou Francisco músico, a pintar ou a compor sentado no parapeito. Outras vezes, já penso que és um Luís trabalhador de escritório, e que vês nesta hora do dia o único momento em que te sentes livre e autentico, como as arvores que pintam de verde-esperança a nossa paisagem, assim como os nossos projectos e sonhos. Dou comigo a desabafar contigo o meu dia, o que sinto, os meus medos ou as minhas vitórias. E no entanto, quase que sinto ver a tua história correr pelo vento até à minha janela, sob a atenção constante do teu olhar. Chego a sentir conhecer te como a palma das minhas mãos.
E assim vejo como já fazes parte dos meus fins de tarde, onde nas mesmas duas janelas, à mesma hora, falamos através do vento, das folhas que se agitam e das luzes que se vão acendendo ou apagando à nossa volta.
Olho de novo para a tua janela. Ainda estás aí. Vou ter que sair, mas amanhã, à mesma hora, na mesma janela, cá estarei.
Amanhã sou eu que espero por ti.
Nestes mesmos fins de tarde, há algo curioso. Alguém que vejo da minha janela todos os dias, à mesma hora em que por lá me sento. Todos os dias, à mesma hora, lá estás tu. Sinto uma certa confiança, e como tal já te trato assim. E é engraçado como gosto de falar contigo, ainda que ao longe e ainda que seja pelo olhar. Sim, também estás a olhar para mim.
Parece me que tens exactamente o mesmo hábito há vários anos, tal como eu. Só não sei se ligas a aparelhagem e colocas lá os teus melhores cds e danças com o pensamento a esta hora. Eu costumo fazer isso, devias experimentar! Também não sei o que fazes nem como te chamas. Às vezes gosto de te imaginar Diogo pintor ou Francisco músico, a pintar ou a compor sentado no parapeito. Outras vezes, já penso que és um Luís trabalhador de escritório, e que vês nesta hora do dia o único momento em que te sentes livre e autentico, como as arvores que pintam de verde-esperança a nossa paisagem, assim como os nossos projectos e sonhos. Dou comigo a desabafar contigo o meu dia, o que sinto, os meus medos ou as minhas vitórias. E no entanto, quase que sinto ver a tua história correr pelo vento até à minha janela, sob a atenção constante do teu olhar. Chego a sentir conhecer te como a palma das minhas mãos.
E assim vejo como já fazes parte dos meus fins de tarde, onde nas mesmas duas janelas, à mesma hora, falamos através do vento, das folhas que se agitam e das luzes que se vão acendendo ou apagando à nossa volta.
Olho de novo para a tua janela. Ainda estás aí. Vou ter que sair, mas amanhã, à mesma hora, na mesma janela, cá estarei.
Amanhã sou eu que espero por ti.