Sunday, September 25, 2005

Outono!

Apanhar as folhas mais bonitas quando vinha da primária para dar à mamã. O som crocante de quando as calcava. O Magusto. Pintar a cara com carvão. Castanhas. Porque foram a sua cor e a sua magia que sempre fizeram do Outono a minha estação preferida.

Bem vindo sejas :)

Tuesday, September 20, 2005

Cambalhotas

Quando menos esperamos, a vida dá as maiores reviravoltas. Estes meus últimos meses foram recheados de muitas cambalhotas. Aprendi que por mais que o tente evitar, o que tiver de ser será. Mesmo que durante muito tempo tenha tentado contrariar essas mesmas voltas, dizendo a mim própria "não farei isto, não sentirei aquilo", acabarei sempre por me envolver nelas. Vou ter que conviver mais perto do que nunca com um presente que julgava passado. E a única coisa que poderei fazer é deixar decorrer os dias, tentando-me equilibrar num mundo que todos os dias me reserva ao "virar da esquina" um novo desafio, ao qual terei de responder com eficácia e rapidez. Não prometo nada. Mas sei que darei o meu melhor. Sempre.

Sunday, September 18, 2005

Resumo de um Verão

Sentada no meu quarto, sinto a brisa fresca invadir me os sentidos, abanando a saia rodada do meu vestido leve. Vêm-me à memória dias abafados, vozes quentes. Lembro me do sol que muitas vezes acompanhou sorrisos, canções, tardes de pura preguiça, noites de festa e também sonhos, projectos que tentam permanecer no ar que vai arrefecendo à medida que as horas e os dias vao passando. Arrepio-me. Já não sei se é de tantas memórias, se é da brisa que cada vez mais vai projectando no meu quarto (e em mim) a sensação de um tempo que está a terminar. Um tempo de mudança. Um tempo de esperança. Um tempo em que fui feliz, em que descobri que afinal eu propria posso aquecer os meus dias se o quiser, em que posso iluminar as horas que vao passando se o quiser e que, acima de tudo, posso fazer com que seja Verão todos os dias da minha vida.

Friday, September 16, 2005

Luz e neblina

Foste rasgo de luz na minha neblina. Julgava-te capaz de a dissipar. Julgava-te capaz de tornares os meus dias diferentes. Julgava-te perfeito. Enganei-me. Redondamente. Descobri que a tua luz era ilusão. Ilusão essa que tornou-se a minha droga. Todos os dias, um pedaço dessa ilusão servia para me sentir feliz. Mas curei-me. Abri os olhos. Vi que não eras luz. E eu não era neblina.



Texto que escrevi à uns meses atrás, numa altura em que dizia muito de como me estava a sentir.

Tuesday, September 13, 2005

O que realmente importa

Eu sei de quem preciso. Preciso de amigos. Preciso de amizade pura e verdadeira. Só me quero a mim e aos meus amigos. Mais ninguém. Mais nada. "Só" vocês e eu.

Obrigada a ti Aninhas. A ti Loirinha. A ti Ritinha.


Porque depois do que ouvi hoje, muita coisa vai mudar. Mesmo.

Friday, September 09, 2005

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Em pouco tempo reviraste a minha vida. Deixavas me gelada e aconchegada ao mesmo tempo. Trouxeste um manto de contradições contigo. E foram essas mesmas que me magoaram muito. Não me deste espaço. Faltou-te a paciência necessária para me dares um tempo. Um tempo em que eu poderia contrariar o passado e poder te oferecer aquilo que querias de mim.

Poeta, marcaste-me. Mas agora é dificil olhar para ti da mesma maneira que tu me olhas.

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I'm worthless again.

Tuesday, September 06, 2005

Crepúsculo



"Também este crepúsculo nós perdemos,
Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.

Olhei da minha janela
a festa do poente nas encontas ao longe.

Às vezes como uma moeda
acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos.

Eu recordava-te com a alma apertada
por essa tristeza que tu me conheces.

Onde estavas então?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
Porque vem até mim todo o amor de repente
quando me sinto triste, e te sinto tão longe?

Caiu o livro em que sempre pegamos ao crepúsculo,
e como um cão ferido rodou a minha capa aos pés.

Sempre, sempre te afastas pela tarde
para onde o crepúsculo corre apagando estátuas."

Pablo Neruda


Porque li este poema na altura certa, onde encontrei as palavras certas para as minhas memórias incertas. Gostei dele.